Repercussão na Folha de São Paulo
A manifestação foi repercutida hoje no jornal Folha de São Paulo, versão online.
“A Record está sendo alvo de protestos de grupos católicos na internet. Inconformados com algumas reportagens exibidas na emissora, que consideram um ataque ao catolicismo, grupos ligados à Igreja Católica levaram às redes sociais protestos contra a emissora de Edir Macedo.Em um deles, chamado de “Brasil Sem TV Record”, ativistas convocam os internautas para um twittaço (protesto no Twitter), no dia 16, às 14h, contra a TV Record.”
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E mais à frente podemos ler: “Em outro protesto na internet, batizado de #jornalismodeterceira, os ativistas atacam no Twitter os noticiários da emissora. Também pedem para os católicos não assistirem mais a Record”.
Análise da reportagem segundo comentário de internautas (Assista à reportagem aqui):
1) O apresentador Celso Freitas inicia o texto dizendo tratar-se de uma polêmica e explica: “a emenda de uma deputada destinando 5 milhões – o âncora frange a testa desaprovando o ato – para um evento da juventude católica.” Já o portal R7 foi mais enfático: “Marcado para acontecer em 2013 no Rio de Janeiro, a Jornada Mundial da Juventude, um evento católico que trará o Papa Bento 16 ao Rio de Janeiro, provoca polêmica e já arranca críticas da população.”
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2) Em seguida começa a reportagem propriamente dita. Quando o repórter fala que a JMJacontecerá em diversas partes da cidade, entram os personagens, 2 pessoas cuja opinião fica subtendida na versão da matéria que a população inteira é contra a realização do evento que reuniu na última edição 1,5 de pessoas de 189 países.
3) Os entrevistados com cara de desaprovação preveem que ficará um caos, sobretudo no trânsito. Mas ora, e não haverá problemas de trânsito com a Copa e Olimpíadas? Seria bonito e inteligente para os governos estadual e municipal do RJ rejeitarem um evento por conta de transtornos no trânsito?
4) Entre o repórter no que se chama na linguagem jornalística de passagem. Leandro Stoliar explica o verdadeiro sentido da “polêmica”. “Mas o que mais chama a atenção do carioca é que a Jornada Mundial da Juventude deverá ser financiada com dinheiro público. Uma emenda da deputada aprovada pela Assembleia legislativa do Rio determina que o Governo do Rio destine 5 milhões de reais do orçamento do ano que vem para o evento [...]“. Duas coisas, a emenda não DETERMINA, mas sugere , conforme obervação do advogado André Brandalise postada neste blog em postagem anterior sobre o assunto. Outra: cinco milhões é quantia irrisória diante do que será necessário para a realização da JMJ e se comparada ao retorno financeiro do evento torna-se um pequeno investimento. Para se ter uma ideia, a JMJ de Madrid gerou na Europa 354 milhões de euros além do evento ter se tornado um embaixador da marca Madrid para o mundo.
5) O repórter continua com sua investida, agora dando um recado ao governador. “Para a verba ser liberada falta agora só a sanção do governador”. Em seguida entra mais um personagem falando em nome da população carioca. “Eu acho que ele devia era cuidar dos hospitais que estão precisando e não fazer evento em praça pública [...]. Então vamos lá, neste pensamento o Governo não poderá investir em transporte, lazer, segurança…porque o calcanhar de Aquiles é a saúde. Mais um argumento inconsistente.
6) O texto da reportagem continua a informar que o Governador tem até o dia 22 deste mês para aprovar o orçamento de 2012 que consta de 8 mil emendas, entre elas a que SUGERE investimento para a Jornada Mundial da Juventude. E dão mais um lembrete a Sérgio Cabral: “sem tempo para ler emenda por emenda a tendência é que o Governador aprove o pacote inteiro”. A reportagem deveria ter citado entre as 8 mil emendas as possíveis que favorecem a realização de eventos gospel. O Festival promessas que reuniu 20 mil pessoas recebeu o apoio do Governo do Estado de 2,9 milhões de reais.
7) A imagem corta para um teólogo dá sua opinião, na verdade é um pastor protestante, Rubens Teixeira. “Todas as vezes que o estado se envolveu com religião no sentido de patrocinar a religião, impor ou querer conduzir a religião de alguma maneira foi ruim para o estado e foi ruim para a religião. E a religião é algo de fórum íntimo”.
8 ) Depois apresentado a deputada “denunciada” em questão, ligada à Renovação Carismática Católica da Igreja Católica.
9) Depois foi apresentado mais uma fala, a de um deputado que se colocou contra o “uso do dinheiro do contribuinte para promover o evento católico”. Diz a fala do ilustre parlamentar Edino Fonseca (PR/RJ): “A Constituição brasileira diz que o estado não pode participar de culto, ele não pode intervir, nem pode financiar, patrocinar evento nenhum religioso”. De fato a JMJ não é financiada com dinheiro do contribuinte. O fato em questão é a emenda da deputada que é legítima.
A Constituição nos ilumina:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
A Jornada é ou não um evento de utilidade pública? Reunir milhões de jovens em espírito ordeiro e promotor da paz é ou não válido? Trazer para o país caravanas de mais de 180 paíes é ou não interessante? Para a Rede Record não é e para o deputado Edino Fonseca.
Deputado da reportagem foi denunciado por formação de quadrilha
Ah! Sobre este parlamentar uma nota tirada do site transparência cristã: ele foi denunciado pelo Ministério Público por formação de quadrilha conforme o processo TJ-RJ Nº2008.065.00003.
Mobilização:
Rapidamente os católicos, especialmente os jovens, se mobilizaram contra a reportagem tendenciosa que visa incutir uma mentalidade negativa da JMJ.
Não é a primeira vez que a emissora de Edir Macedo tenta descredenciar a Igreja Católica, evitando pautar os pontos positivos e gerando dúvidas na população plantando polêmicas.
Outros internautas acharam estranho o fato do Governo apoiar eventos privados e ser coagido a não apoiar a realização de encontro com a magnitude da Jornada Mundial da Juventude. O administrador e gestor de evento Tobias Cortez foi enfático “Engraçado, eventos particulares como RockinRio, SWU e até eventos evangélicos, como a Marcha para Jesus têm o apoio do Governo e eles nunca falaram nada! Bento XVI é um chefe de estado que vem visitar nosso país e milhões de jovens irão ao seu encontro na cidade do RJ. Isso vai beneficiar a economia e o potencial turístico de toda a cidade. Você acha que tem alguma denúncia para fazer nisso?”,questionou o jovem.
Uma imagem – protesto postada por Tobias Cortez teve mais de 600 compartilhamentos no Facebook.
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